sábado, 31 de março de 2012

Movimentos Sociais

Texto sobre MOVIMENTOS SOCIAIS para auxiliá-los na elaboração do trabalho solicitado em sala de aula

ATENÇÃO!!!
Após resumir o CONCEITO, escolher APENAS 2(dois) Tipos de movimentos e também fazer resumo.
O trabalho é INDIVIDUAL.


Dando continuidade aos estudos inicias sobre Karl Marx, podemos afirmar que análise dos movimentos sociais no Brasil revelam forte enfoque teórico oriundo do marxismo, sejam eles vinculados ao espaço urbano e/ou rural.
·       espaço urbano: as lutas por creches, por escola pública, por moradia, transporte, saúde, saneamento básico etc.
·       espaço rural, a diversidade de temáticas expressou-se nos movimentos de bóias-frias (das regiões cafeeiras, citricultoras e canavieiras, principalmente), de posseiros, sem-terra, arrendatários e pequenos proprietários.

Podem ocorrer mobilização pública por diversos motivos:
1.   para a geração de empregos no campo;
2.   ações coletivas que denunciam o arrocho salarial (greve de professores e de operários de indústrias automobilísticas);
3.   ações coletivas que denunciam a depredação ambiental e a poluição dos rios e oceanos (lixo doméstico, acidentes com navios petroleiros, lixo industrial);
As passeatas, manifestações em praça pública, difusão de mensagens via internet, ocupação de prédios públicos, greves, marchas entre outros, são características da ação de um movimento social.

Conceito
Em linhas gerais, o conceito de movimento social se refere à ação coletiva de um grupo organizado que objetiva alcançar mudanças sociais por meio do embate político, conforme seus valores e ideologias dentro de uma determinada sociedade e de um contexto específicos, permeados por tensões sociais. Podem objetivar a mudança, a transição ou mesmo a revolução de uma realidade hostil a certo grupo ou classe social. Seja a luta por um algum ideal, seja pelo questionamento de uma determinada realidade que se caracterize como algo impeditivo da realização dos anseios deste movimento, este último constrói uma identidade para a luta e defesa de seus interesses. Torna-se porta-voz de um grupo de pessoas que se encontra numa mesma situação, seja social, econômica, política, religiosa, entre outras. Gianfranco Pasquino em sua contribuição ao Dicionário de Política (2004) organizado por ele e por Norberto Bobbio e Nicolau Mateucci, afirma que os movimentos sociais constituem tentativas – pautadas em valores comuns àqueles que compõem o grupo – de definir formas de ação social para se alcançar determinados resultados.
Por outro lado, conforme aponta Alain Touraine, Em defesa da Sociologia (1976), para se compreender os movimentos sociais, mais do que pensar em valores e crenças comuns para a ação social coletiva, seria necessário considerar as estruturas sociais nas quais os movimentos se manifestam. Cada sociedade ou estrutura social teria como cenário um contexto histórico (ou historicidades) no qual, assim como também apontava Karl Marx, estaria posto um conflito entre classes, terreno das relações sociais, a depender dos modelos culturais, políticos e sociais. Assim, os movimentos sociais fariam explodir os conflitos já postos pela estrutura social geradora por si só da contradição entre as classes, sendo uma ferramenta fundamental para a ação com fins de intervenção e mudança daquela mesma estrutura.
Dessa forma, para além das instituições democráticas como os partidos, as eleições e o parlamento, a existência dos movimentos sociais é de fundamental importância para a sociedade civil enquanto meio de manifestação e reivindicação. Podemos citar como alguns exemplos de movimentos o da causa operária, o movimento negro (contra racismo e segregação racial), o movimento estudantil, o movimento de trabalhadores do campo, movimento feminista, movimentos ambientalistas, da luta contra a homofobia, separatistas, movimentos marxista, socialista, comunista, entre outros. Alguns destes movimentos possuem atuação centralizada em algumas regiões (como no caso de movimentos separatistas na Europa). Outros, porém, com a expansão do processo de globalização (tanto do ponto de vista econômico como cultural) e disseminação de meios de comunicação e veiculação da informação, rompem fronteiras geográficas em razão da natureza de suas causas, ganhando adeptos por todo o mundo, a exemplo do Greenpeace, movimento ambientalista de forte atuação internacional.
A existência de um movimento social requer uma organização muito bem desenvolvida, o que demanda a mobilização de recursos e pessoas muito engajadas. Os movimentos sociais não se limitam a manifestações públicas esporádicas, mas trata-se de organizações que sistematicamente atuam para alcançar seus objetivos políticos, o que significa haver uma luta constante e em longo prazo dependendo da natureza da causa. Em outras palavras, os movimentos sociais possuem uma ação organizada de caráter permanente por uma determinada bandeira.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Também conhecido pela sigla MST, é um movimento social brasileiro de inspiração marxista cujo objetivo é a implantação da reforma agrária no Brasil. Teve origem na aglutinação de movimentos que faziam oposição ou estavam desgostosos com o modelo de reforma agrária imposto pelo regime militar, principalmente na década de 1970, o qual priorizava a colonização de terras devolutas em regiões remotas, com objetivo de exportação de excedentes populacionais e integração estratégica. Contrariamente a este modelo, o MST declara buscar a redistribuição das terras improdutivas.
Apesar dos movimentos organizados de massa pela reforma agrária no Brasil remontarem apenas às ligas camponesas, associações de agricultores que existiam durante as décadas de 1950 e 1960, o MST proclama-se como herdeiro ideológico de todos os movimentos de base social camponesa ocorridos desde que os portugueses entraram no Brasil, quando a terra foi dividida em sesmarias por favor real, de acordo com o direito feudal português, fato este que excluiu em princípio grande parte da população do acesso direto à terra.
Uma das atividades do grupo consiste na ocupação de terras improdutivas como forma de pressão pela reforma agrária, mas também há reivindicação quanto a empréstimos e ajuda para que realmente possam produzir nessas terras. Para o MST, é muito importante que as famílias possam ter escolas próximas ao assentamento, de maneira que as crianças não precisem ir à cidade e, desta forma, fixar as famílias no campo.
A organização não tem registro legal por ser um movimento social e, portanto, não é obrigada a prestar contas a nenhum órgão de governo, como qualquer movimento social ou associação de moradores.
O movimento recebe apoio de organizações não governamentais e religiosas, do país e do exterior, interessadas em estimular a reforma agrária e a distribuição de renda em países em desenvolvimento. Sua principal fonte de financiamento é a própria base de camponeses já assentados, que contribuem para a continuidade do movimento.
Dados coletados em diversas pesquisas demonstram que os agricultores organizados pelo movimento têm conseguido usufruir de melhor qualidade de vida que os agricultores não organizados.
O MST reivindica representar uma continuidade na luta histórica dos camponeses brasileiros pela reforma agrária. Os atuais governantes do Brasil tem origens comuns nas lutas sindicais e populares, e portanto compartilham em maior ou menor grau das reivindicações históricas deste movimento. Segundo outros autores, o MST é um movimento legítimo que usa a única arma que dispõe para pressionar a sociedade para a questão da reforma agrária, a ocupação de terras e a mobilização de grande massa humana.

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
O MTST surgiu em 1997 da necessidade de organizar a reforma urbana e garantir moradia e a todos os cidadãos. Está organizado nos municípios do Rio de Janeiro, Campinas e São Paulo. É um movimento de caráter social, político e sindical. Em 1997, o MST fez uma avaliação interna em que reconheceu que seria necessária uma atuação na cidade além de sua atuação no campo. Dessa constatação, duas opções de luta se abriram: trabalho e moradia.
Estão em quase todas as metrópoles do País. São desdobramentos urbanos do MST, com um comando descentralizado. As formas de atuação variam de um movimento para outro. Em geral, as ocupações não têm motivação política, apenas apoio informal de filiados a partidos de esquerda. O objetivo das ocupações é pressionar o poder público a criar programas de moradia e dar à população de baixa renda acesso a financiamentos para a compra de imóveis.
Atualmente, o MTST é autônomo em relação ao MST, mas tem uma aliança estratégica com esse.

Fórum Social Mundial
O FSM é um evento altermundialista organizado por movimentos sociais de diversos continentes, com objetivo de elaborar alternativas para uma transformação social global. Seu slogan é Um outro mundo é possível.
É um espaço internacional para a reflexão e organização de todos os que se contrapõem à globalização neoliberal e estão construindo alternativas para favorecer o desenvolvimento humano e buscar a superação da dominação dos mercados em cada país e nas relações internacionais.
O Fórum Social Mundial se reuniu pela primeira vez na cidade de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, Brasil, entre 25 e 30 de janeiro de 2001, com o objetivo de se contrapor ao Fórum Econômico Mundial de Davos. Esse Fórum Econômico tem cumprido, desde 1971, papel estratégico na formulação do pensamento dos que promovem e defendem as políticas neoliberais em todo mundo. Sua base organizacional é uma fundação suíça que funciona como consultora da ONU e é financiada por mais de 1.000 empresas multinacionais.

Movimento Feminista
O Feminismo é um discurso intelectual, filosófico e político que tem como meta os direitos iguais e a proteção legal às mulheres. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias, todas preocupadas com as questões relacionadas às diferenças entre os gêneros, e advogam a igualdade para homens e mulheres e a campanha pelos direitos das mulheres e seus interesses. De acordo com Maggie Humm e Rebecca Walker, a história do feminismo pode ser dividida em três "ondas". A primeira teria ocorrido no século XIX e início do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e 1970, e a terceira teria ido da década de 1990 até a atualidade. A teoria feminista surgiu destes movimentos femininos, e se manifesta em diversas disciplinas como a geografia feminista, a história feminista e a crítica literária feminista.
O feminismo alterou principalmente as perspectivas predominantes em diversas áreas da sociedade ocidental, que vão da cultura ao direito. As ativistas femininas fizeram campanhas pelos direitos legais das mulheres (direitos de contrato, direitos de propriedade, direitos ao voto), pelo direito da mulher à sua autonomia e à integridade de seu corpo, pelos direitos ao aborto e pelos direitos reprodutivos (incluindo o acesso à contracepção e a cuidados pré-natais de qualidade), pela proteção de mulheres e garotas contra a violência doméstica, o assédio sexual e o estupro, pelos direitos trabalhistas, incluindo a licença-maternidade e salários iguais, e todas as outras formas de discriminação.
Durante a maior parte de sua história, a maior parte dos movimentos e teorias feministas tiveram líderes que eram principalmente mulheres brancas de classe média, da Europa Ocidental e da América do Norte. No entanto, desde pelo menos o discurso Sojourner Truth, feito em 1851 às feministas dos Estados Unidos, mulheres de outras raças propuseram formas alternativas de feminismo. Esta tendência foi acelerada na década de 1960, com o movimento pelos direitos civis que surgiu nos Estados Unidos, e o colapso do colonialismo europeu na África, no Caribe e em partes da América Latina e do Sudeste Asiático. Desde então as mulheres nas antigas colônias europeias e no Terceiro Mundo propuseram feminismos "pós-coloniais" - nas quais algumas postulantes, como Chandra Talpade Mohanty, criticam o feminismo tradicional ocidental como sendo etnocêntrico. Feministas negras, como Angela Davis e Alice Walker, compartilham este ponto de vista.
Desde a década de 1980, as feministas standpoint argumentaram que o feminismo deveria examinar como a experiência da mulher com a desigualdade se relaciona ao racismo, à homofobia, ao classismo e à colonização. No fim da década e início da década seguinte as feministas ditas pós-modernas argumentaram que os papeis sociais dos gêneros seriam construídos socialmente, e que seria impossível generalizar as experiências das mulheres por todas as suas culturas e histórias.

Movimento Estudantil
O movimento estudantil, embora não seja considerado um movimento popular, dada a origem dos sujeitos envolvidos, que, nos primórdios desse movimento, pertenciam, em sua maioria, a chamada classe pequeno burguesa, é um movimento de caráter social e de massa. É a expressão política das tensões que permeiam o sistema dependente como um todo e não apenas a expressão ideológica de uma classe ou visão de mundo. Em 1967, no Brasil, sob a conjuntura da ditadura militar, esse movimento inicia um processo de reorganização, como a única força não institucionalizada de oposição política. A história mostra como esse movimento constitui força auxiliar do processo de transformação social ao polarizar as tensões que se desencadearam no núcleo do sistema dependente. O movimento estudantil é o produto social e a expressão política das tensões latentes e difusas na sociedade. Sua ação histórica e sociológica tem sido a de absorver e radicalizar tais tensões. Sua grande capacidade de organização e arregimentação foi capaz de colocar cem mil pessoas na rua, quando da passeata dos cem mil, em 1968. Ademais, a histórica resistência da União Nacional dos Estudantes (UNE), como entidade representativa dos estudantes, é exemplar.
O movimento estudantil é um movimento social da área da educação, no qual os sujeitos são os próprios estudantes. Caracteriza-se por ser um movimento policlassista e constantemente renovado - já que o corpo discente se renova periodicamente nas instituições de ensino.
Podem-se encontrar traços de movimentos estudantis pelo menos desde o século XV, quando, na Universidade de Paris, uma das mais antigas universidades da Europa, registraram-se vários movimentos grevistas importantes. A universidade esteve em greve durante três meses, em 1443, e por seis meses, entre setembro de 1444 e março de 1445, em defesa de suas isenções fiscais. Em 1446, quando Carlos VII submeteu a universidade à jurisdição do Parlamento de Paris, eclodiram revoltas estudantis - das quais participou, entre outros, o poeta François Villon - contra a supressão da autonomia universitária em matéria penal e a submissão da universidade ao Parlamento. Freqüentemente, estudantes eram detidos pelo preboste do rei e, nesses casos, o reitor dirigia-se ao Châtelet, sede do prebostado, para pedir que o estudante fosse julgado pelas instâncias da universidade. Se o preboste do rei indeferia o pedido, a universidade entrava em greve. Em 1453, um estudante, Raymond de Mauregart, foi morto pelas forças do Châtelet e a universidade entrou novamente em greve por vários meses.
Contemporaneamente, destacam-se os movimentos estudantis da década de 1960, dentre os quais os de maio de 1968), na França. No mesmo ano, também se registraram movimentos em vários outros países da Europa Ocidental, nos Estados Unidos e na América Latina. No Brasil, o movimento teve papel importante na luta contra o regime militar que se instalou no país a partir de 1964.

Movimento Ambiental
O movimento ambiental é típico da sociedade industrial, porque a industrialização predatória afeta o meio ambiente, contaminando a água, o ar e o solo, e colocando em risco os seres vivos. Isso sem falar no desmatamento desenfreado nas áreas ainda recobertas por florestas.
O movimento ambiental surgiu no século XIX, quando foram percebidos os primeiros sinais de distúrbios ambientais, mas desenvolveu-se lentamente até a década de 1970; desde então, vem crescendo rapidamente. Esse tipo de movimento tem uma característica interessante: envolve desde a ação de um pequeno grupo para salvar uma árvore em área urbana até a ação de grupos e instituições internacionais pela preservação de uma mata inteira. Ou seja, ele vai do local ao global, evidenciando a existência de uma consciência ecológica difusa no mundo todo. Não é um movimento organizado mundialmente, mas um conjunto de movimentos que desenvolveu uma cultura ambientalista e criou um novo direito: o de viver em um ambiente saudável.
Organizações locais, regionais ou internacionais lutam para limitar, por meio da legislação, a ação predatória e poluente, principalmente das indústrias. Em várias partes do mundo, movimentos ambientais pressionam os Estados a agir para que o direito a um ambiente sadio seja garantido por meio de leis e de fiscalização. As ações desenvolvidas por movimentos e organizações no mundo todo contribuíram para que a ONU passasse a orientar seus membros a respeito das questões ambientais, tomando medidas urgentes para resolver muitos desses problemas.
Vários são os questionamentos e motivações que animam os movimentos ambientais. Vamos resumir os mais importantes:
·  A proteção da diversidade da vida na Terra contra a crescente eliminação de muitas formas de vida animal e vegetal, o que provoca problemas ambientais significativos, gerando a superpopulação de espécies de animais e vegetais e alterando o equilíbrio da natureza (o desmatamento desenfreado das florestas, onde estas ainda existem, é o principal foco dessa ação);
·  A preservação da qualidade de vida dos habitantes do planeta, que são atingidos por agentes poluidores na água, no ar ou no solo;
·  O controle da aplicação industrial de resultados do progresso científico e técnico que possam trazer problemas à humanidade, como os resíduos tóxicos e as consequências do uso de enrgia nuclear, agrotóxicos e, mais recentemente, produtos transgênicos;
·  O controlo do uso dos recursos naturais, principalmente da água doce e daqueles oriundos da atividade extrativa de produtos não renováveis, como o petróleo e vários minérios (ferro, cobre e bauxita).
Existem problemas ambientais que só podem ser tratados globalmente, como a emissão de gases que provocam o efeito estufa, o aquecimento do planeta e as alterações na camada de ozônio que protege a Terra. As práticas poluidoras têm causado mudanças climáticas sérias no planeta. Outras questões tratadas globalmente são a poluição dos mares pelos navios-tanques de petróleo, a matança de baleias e o despejo de resíduos tóxicos nos milhares de rios do mundo, o que também compromete os oceanos.
Há também problemas regionais e nacionais, que devem ser resolvidos no local em que surgem. Se uma indústria polui um rio, por exemplo, e este passa por vários países, é necessário que os países discutam as providências a tomar para evitar que todos sofram prejuízos. Existem ainda questões ambientais locais, como o lixo nas cidades, que exigem soluções na coleta, no depósito e na reciclagem.
O mais significativo é que a cultura ambiental, que começou a se formar na década de 1970, está disseminada e tem no cotidiano das pessoas seu ponto fundamental, expressando-se em ações de pessoas que questionam e buscam soluções para problemas que podem prejudicar o modo de vida de cada comunidade. A consciência ambiental tem estimulado pessoas, grupos, escolas e organizações a traduzir as grandes preocupações em práticas e atividades concretas no local em que vivem. Além disso, as ações ambientalistas, em todos os níveis, conquistaram gradativamente um espaço importante nos meios de comunicação de massa, gerando uma pressão social que forçou a apresentação de projetos de lei visando à conservação da natureza em várias partes do mundo.
O Estado não pôde ficar em silêncio e, assim, foi obrigado a controlar e a fiscalizar os processos industriais poluidores, o desmatamento e a proteção ambiental. As empresas antigas fizeram muitas mudanças em seu processo produtivo, tornando-o menos poluidor, e as novas empresas foram obrigadas a apresentar projetos de impacto ambiental.

Fontes:
1) Souza, Maria Antônia. Movimentos sociais no Brasil contemporâneo: participação e possibilidades no contexto das práticas democráticas. Dissertação de Mestrado em Educação. Universidade Tuiuti de Curitiba, PR.
2) http://www.cce.udesc.br/cab/oqueeomovimentoestudantil.htm
3) http://www.geomundo.com.br/geografia-30197.htm
4) http://www.brasilescola.com/sociologia/movimentos-sociais-breve-definicao.htm
5) Livro Sociologia para o ensino médio. TAMAZI, Nelson Dacio. Vol. Único. Pags. 147, 148.

sexta-feira, 16 de março de 2012

DESIGUALDADES SOCIAIS


1. INTRODUÇÃO
Muito se tem dito e escrito sobre a globalização como motora de reprodução e aumento das desigualdades. Veem-se, de fato, nas últimas décadas, um crescente desenvolvimento das produções dos centros hegemônicos e um empobrecimento de grande volume da população mundial residente nos países periféricos. A estrutura competitiva da sociedade aparece em nível local, regional, nacional e global. São disputas acirradas por privilégios, diante da mercantilização do espaço geográfico e das relações sociais.
De um lado, um desenvolvimento vertiginoso da tecnologia e de outro, a desvalorização dos salários, com o aumento de excluídos e deterioração da qualidade de vida em muitas regiões. Soma-se a isso uma crise cultural de valores, em um espaço dominado pelo materialismo e pelo paradigma do mercado. Consumir tornou-se uma virtude.

2. DESIGUALDADE E ESTRUTURA SOCIAL NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
Por Marco A. M. Bourguignon

“O desenvolvimento tecnológico e o acesso à informação, num mundo cada vez mais globalizado, vêm fazendo uma transformação radical nos sistemas de desigualdades. E o conhecimento torna-se significativo para a estratificação social e para a formação do processo de desigualdade.
A passagem da Sociedade Industrial para a Sociedade da Informação muda o foco das teorias sobre estrutura e estratificação social e todo o processo de desigualdade e de mobilidade social, em que o conhecimento se torna peça chave para o entendimento das diferenças sociais. O capital intelectual torna-se moeda corrente para a troca. Nesse foco, a educação entra como peça fundamental para a mudança na estratificação social.
Na Sociedade Industrial, o conhecimento técnico-prático era a principal porta de entrada para a ascensão social. Na Sociedade da Informação, o conhecimento teórico e geral substitui o conhecimento técnico-prático. O indivíduo deve ter a capacidade de decodificar e filtrar as informações que chegam continuamente.
A educação, como geradora e portadora da transmissão do conhecimento, transforma-se na principal chave de mudança, aumentando o tempo de escolaridade dos indivíduos e tendo de mudar o seu foco de formação teórica, capaz de desenvolver no indivíduo o aprender a aprender.
Esse estudo será focado em duas questões:
             1) Estamos passando realmente por um processo de mudança nas concepções de desigualdade e mobilidade social?
2) A educação é uma das principais formas de ascensão social na Sociedade da Informação ?
Os estudos teóricos sobre desigualdade social são reflexos das formas de desigualdade social existentes nas sociedades industriais, ou seja, conforme a sociedade moderna começa a sofrer uma profunda transformação, as teorias da desigualdade também sofrem mudanças e começam a perder significação. Ou melhor, os estudos teóricos seguem o caminho da passagem da Sociedade Industrial para a Sociedade da Informação.
Outro ponto é que o conhecimento entendido como força de ação se torna cada vez mais responsável pelo processo de formação das desigualdades. Para alguns cientistas sociais, as classes sociais não constituem mais a formação das hierarquias, mas, sim, outros tipos de clivagens sociais. Uma ilustração disso é que, na Sociedade da Informação, os indivíduos ativos no processo de trabalho industrial representam uma minoria no conjunto da população.
Há algumas décadas, tinha-se como certo que a Sociedade Industrial e o processo de modernização originariam um sistema de desigualdade social menos hierárquico, refletindo mais de perto as aptidões individuais e as fronteiras bastante pequenas entre as classes. Como se pode perceber, o nível de desigualdade aumentou; por outro lado, houve um relativo aumento na perspectiva de vida e bem-estar social, com acesso à saúde e aos dispositivos de previdência, principalmente durante as décadas de 1950 e 1960. No entanto, a estrutura de poder e as relações de autoridade tornam difíceis de discernir mudanças significativas de ordem estruturais. Essas mudanças sociais ocorridas podem ser levadas em conta mais pelas mudanças estruturais da sociedade do que como resultado de sucesso alcançado pelas pessoas ou por mobilidade individual. Ou seja, a transformação da Sociedade Industrial na Sociedade da Informação trouxe novos alentos estruturais e provocou certa mudança na pirâmide social. A educação pode ser encaixada como fator determinante para alcançar a Sociedade da Informação.
A educação tem um papel cada vez mais importante na formação da natureza e da estrutura da desigualdade social na sociedade moderna, mas isso não significa afirmar que seja um fenômeno novo para o estudo da natureza da desigualdade. Ela é uma variedade de competência cultural e aptidões. A educação sempre teve um papel importante na determinação da desigualdade. Por exemplo, a capacidade de ler e escrever na língua dominante de uma noção; o conhecimento das leis e dos procedimentos que regem as transações, como saber se o religioso influi na posição social de uma pessoa. Agora, conhecer a tecnologia e saber analisar as informações criam um novo aspecto de determinação da desigualdade.
Um aspecto importante da transformação da base da desigualdade social é o estabelecimento e a garantia da cidadania, especialmente de um pacote de bem-estar social, do qual, abaixo, não se aceita que a pessoa venha cair.
As sociedades avançadas estão tornando-se cada vez mais ‘sociedades da informação’ e as perspectivas multidimensionais da desigualdade social não captam apropriadamente as novas realidades sociais e econômicas. A maior parte das teorias sobre a desigualdade social é estreitamente relacionada com o método de produção industrial, no qual, hoje, se situa uma minoria de pessoas economicamente ativas. Cabe também ressaltar o papel primordial que a educação ocupa nessa sociedade moderna, na qual o conhecimento se torna fundamental para compreender o bombardeio de informações recebidas pelos indivíduos”.

Glossário:
Mercantilização: processo de atribuição de valores de mercado aos elementos.
Paradigma: referência teórica, visão de mundo.

Fonte: Material Modular – Sociologia Módulo 2 – Colégio Objetivo

ALGUNS TERMOS E FRASES DO TEXTO:
Países periféricos: Os países periféricos são aqueles que dependem dos países centrais, tem economias pouco desenvolvidas, possuem pouca influência no cenário internacional. Países centrais são aqueles que detém maior poder político, econômico e militar. São eles que produzem novas tecnologias, exportam produtos culturais e bens de alto valor.
Mercantilização: Conforme o próprio glossário do texto, é o processo de atribuição de valores de mercado aos elementos.
teórica, visão de mundo.
-se a um arranjo hierárquico entre os indivíduos em divisões de poder e riqueza em uma sociedade. É a diferenciação hierárquica entre indivíduos e grupos, segundo suas posições (status), estamentos ou classes.
Sociedade Industrial: Fase pela qual passou muitos países, inclusive o Brasil, principalmente durante as décadas de 1950 e 1960 (se estendendo até a década de 1970).
Sociedade da Informação: Sociedade da Informação é um termo - também chamado de Sociedade do Conhecimento ou Nova Economia - que surgiu no fim do Século XX, com origem no termo Globalização. Este tipo de sociedade encontra-se em processo de formação e expansão.
Mobilidade social: Por mobilidade social entende-se toda a passagem de um indivíduo ou de um grupo de uma posição social para outra, dentro de uma constelação de grupos e de status sociais.
Aprender a aprender: para uma ampla parcela dos intelectuais da educação na atualidade, este lema representa um verdadeiro símbolo das posições pedagógicas mais inovadoras, progressistas e, portanto, sintonizadas com o que seriam as necessidades dos indivíduos e da sociedade do século XXI, baseado nos estudos do psicólogo Vigotski.
Clivagem: S. F. Política, sociologia. Separação, diferenciação ou oposição de grupos sociais ou étnicos (classes, partidos, povos, coletividades etárias etc.)
discernir: s.m. Ação ou faculdade de discernir. Juízo, entendimento, critério.
Mudanças estruturais: Refere-se a uma mudança fundamental e de longo prazo na estrutura de determinado sistema, ao contrário das medidas pontuais ou de curto prazo, que tipicamente visam melhorias conjunturais na produção ou no emprego. Por exemplo, a transformação de uma economia de subsistência numa economia industrializada, ou de uma economia mista regulada numa economia liberalizada. Uma mudança estrutural atualmente em curso na economia mundial é a globalização.
Cidadania: (do latim, civitas, "cidade") é o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive. O conceito de cidadania sempre esteve fortemente "ligado" à noção de direitos, especialmente os direitos políticos, que permitem ao indivíduo intervir na direção dos negócios públicos do Estado, participando de modo direto ou indireto na formação do governo e na sua administração, seja ao votar (direto), seja ao concorrer a um cargo público (indireto). No entanto, dentro de uma democracia, a própria definição de Direito, pressupõe a contrapartida de deveres, uma vez que em uma coletividade os direitos de um indivíduo são garantidos a partir do cumprimento dos deveres dos demais componentes da sociedade
Multidimensionais: podemos pensar em um processo de avaliação com caráter multidimensional, em que se apresente a partir de um planejamento, com um formato contextualizado. Todo processo avaliativo requer atenção aos limites identificados quer num diagnóstico prévio, logo tentando superar e ousar ao que se refere seus desafios e potencialidades almejadas.