quarta-feira, 23 de novembro de 2016

ATIVIDADE DE SOCIOLOGIA - QUESTÕES sobre o Documentário HIATO

Temática: Estratificação e Classes Sociais


Orientações para realização da atividade:

- Assista ao vídeo e responda as questões abaixo no caderno;
- Apresentar o GABARITO para visto do professor (escrever as questões assinaladas)


Acesse o Documentário no LINK https://www.youtube.com/watch?v=UHJmUPeDYdg

ou assista aqui:



QUESTÕES


1) O documentário Hiato, de Vlademir Seixas, apresenta uma cobertura sobre um acontecimento ocorrido no dia 3 de agosto de 2000 no shopping Rio Sul, o maior shopping de classe média/alta na zona sul, em Botafogo, bairro do Rio de Janeiro.

Assinale a alternativa que mais identifica a reflexão trazida pelo filme.
         
a) a forma de como se relacionam as classes sociais existentes em nosso país com suas divergências e atitudes pessoais.
b) a preocupação da sociedade em ensinar às pessoas mais pobres, sobre o comportamento adequado em ambiente diferente do seu cotidiano.
c) como a sociedade pratica o juízo de valor e, assim, combate o preconceito
d) incentiva as pessoas de classes sociais mais baixas a invadirem mais shoppings nas capitais

2) As pessoas que fizeram a ocupação do shopping faziam parte de um grupo que, sociologicamente, é conhecido como:

a) Grupo guerrilheiro armado
b) Grupo revolucionário
c) Movimento social
d) ONG

3) As pessoas que participaram da ocupação queriam poder circular no espaço público como qualquer outro cidadão, no entanto entre lojistas e transeuntes, ao vê-las, houve a reação de 

a) alegria
b) perplexidade
c) enfrentamento
d) apoio

4) De acordo com os entrevistados, entre os profissionais e os participantes do manifesto, o filme tem como um dos pontos fundamentais mostrar que

a) as pessoas pobres sonham em comprar nos shoppings
b) o poder público sempre se posiciona do lado das classes mais vulneráveis socialmente
c) as pessoas pobres gostam de visitar os shoppings, pois encontram pessoas receptivas e que lhes oferecem lanches
d) que existe uma realidade escondida em relação à exclusão social

5) Entre as várias reflexões trazidas pelo filme, em relação à exclusão social, uma das principais foi que
         
a) as sociedades capitalistas não dividem a sociedade em classes.
b) a exclusão social se dá apenas nas principais capitais brasileiras.
c) é necessário discutir sobre este problema tão presente e tão preocupante no mundo atual.
d) os depoimentos dos profissionais da área de comunicação social demonstram falta de noção destes, sobre as divisões das classes sociais.

6) Em relação a algumas atitudes de pessoas que estão no recinto, rapidamente captadas pelas câmeras de filmagem, demonstram de forma clara 

a) a vontade de segurar no colo as crianças do grupo manifestante
b) o sentimento de pena daqueles sem-teto
c) o desejo que eles tivessem condições econômicas para adquirirem os produtos vendidos no local
d) o preconceito com classes mais baixas


7) Em relação à temática, qual a cena que mais chamou sua atenção? Justifique.
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sábado, 15 de outubro de 2016

ATIVIDADE DE SOCIOLOGIA - QUESTÕES sobre o Filme O XADREZ DAS CORES

Temática: Formas de VIOLÊNCIA

**ATENÇÃO** Apresentar gabarito NO CADERNO para visto do professor
   (escrever as questões assinaladas)


Assista o filme AQUI: https://www.youtube.com/watch?v=NavkKM7w-cc



1) Sobre as bases da abordagem sociológica e Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), no Relatório Mundial sobre a Violência e Saúde (2002), a violência pode ser definida como o uso intencional de força física ou do poder contra si mesmo, outra pessoa, um grupo ou uma comunidade.
A violência se dá de diversas formas: A violência física, que gera danos – permanentes ou não – à sua integridade física; a violência psicológica, que constrange a vítima a adotar comportamentos contra sua vontade ou privam-na de sua liberdade e a violência simbólica, quando as relações de dominação entre grupos sociais encontram-se tão enraizadas e naturalizadas que a violência exercida por uns sobre os outros é vista como uma parte “natural” da ordem social estabelecida. Exemplo: a dominação masculina sobre as mulheres que, consideradas em nossa sociedade “naturalmente” mais fracas e sensíveis, devem se submeter aos homens.

Assinale a alternativa em que cita casos de violência física e psicológica, respectivamente.

a) humilhações, ameaças de agressão / tentativas de asfixia, de afogamento, de homicídio.
b) xingamentos, uso constante de palavrões, expressões depreciativas / tapas, empurrões, chutes, mordidas, queimaduras
c) tapas, empurrões, chutes, mordidas, queimaduras / tentativas de asfixia, de afogamento, de homicídio.
d) tentativas de asfixia, de afogamento, de homicídio / xingamentos, uso constante de palavrões, expressões depreciativas.
e) humilhações, ameaças de agressão / tapas, empurrões, chutes, mordidas, queimaduras.


2) O filme O Xadrez das Cores traz uma bela reflexão sobre a questão do preconceito como forma de praticar os diversos tipos de violência.

Assinale a alternativa em que indica cenas ou frases que mais identificam uma forma de violência física.

a) “Preto como você só serve pra jogar futebol...”.
b) Ao convidar Cida para jogar xadrez, D. Estela só queria mostrar sua “superioridade” em relação à empregada negra.
c) “...ela não volta a trabalhar aqui, enquanto a senhora não se arrepender do que fez...”
d) “peão é como empregada doméstica: não vale nada”
e) “Estou com muita dor, me serve dois comprimidos...”


3) O filme narra uma história tensa, mostrando que a vida se desenvolve como um jogo de xadrez. As abordagens tratadas durante a narrativa apontam para a ideia de como tratar além de questões racionais como:

a) pobreza, solidão, velhice, perda, e superação.
b) violência infantil, pobreza, velhice, perda, e superação.
c) solidão, pobreza, velhice, perda, e segurança pública.
d) pobreza, solidão, velhice, emprego doméstico, e superação.
e) velhice, pobreza, solidão, perda, e obediência.


4) Ao longo do curta, podemos encontrar exemplos de como combater cada tipo de violência encontrada no filme. Assinale a alternativa que descreva corretamente uma forma de combate para a respectiva forma de violência.

a) Violência física - Os meninos devem brincar expressando a violência cotidiana, assim, quando crescerem, vão evitar comportamentos violentos
b) Violência psicológica – observar que “Preto só conhece xadrez na delegacia”
c) Violência simbólica – para combater questões psicológicas, como ciúme ou constrangimento social, devemos incentivar o aborto, como fez o marido de D. Estela
d) Violência simbólica – Cida enxerga no jogo de xadrez que um peão pode se transformar em rainha, mudando sua realidade social
e) Violência física – Embora apareça só na imaginação, as pessoas-peças lutavam umas contra as outras com espadas


5) Numere corretamente:

         (1) Violência Física    (2) Violência psicológica     (3) Violência simbólica

(    ) “Preto só conhece xadrez na delegacia”.
(   ) D. Estela, a princípio, só queria mostrar sua “superioridade” em relação à empregada negra.
(    ) D. Estela derruba ao chão o suco servido por Cida.
(    ) Lembrança de Cida da morte de seu filho que fora baleado na frente de casa.
(    ) “Preto como você só serve pra jogar futebol...”.
(    ) “peão é como empregada doméstica: não vale nada”

Assinale a alternativa que contem a correta sequencia de cima para baixo:

a) 1,2,2,1,2,3
b) 3,2,1,1,3,2
c) 3,2,1,3,2,2
d) 2,1,1,3,2,1
e) 3,2,1,1,1,3



terça-feira, 17 de maio de 2016

ATIVIDADE DE SOCIOLOGIA (Etnocentrismo) e HISTÓRIA (Neocolonialismo) - SOBRE O filme AVATAR

QUESTÕES – Apresentar gabarito NO CADERNO para visto do professor

1) O filme Avatar traz uma bela reflexão sobre o choque de culturas, uma das questões do etnocentrismo, decorrente da expansão da ordem social moderna e suas terríveis consequências para as sociedades tradicionais.

Assinale a alternativa que mais identifica uma das principais causas que levou à exploração do planeta Pandora, na principal missão dos cientistas.

a) conhecer melhor a terra dos Na’vi e experimentar o seu valor religioso e os poderes da deusa Eywa.
b) a realização do sonho de aventuras nas incríveis montanhas flutuantes e em outras de suas belezas surpreendentes e paradisíacas.
c) interagir com os alienígenas e fazê-los sair pacificamente de suas terras.
d) incentivar os avatares a se conectarem a Árvore das Almas e se tornarem Na’vi de verdade.
e) exploração do território, pois no local, há a maior reserva de um mineral muito valioso.

2) A Humanidade sempre foi formada por sociedades e estas, por culturas. Todas com características peculiares e distintas. No longa-metragem, o diretor James Cameron leva às telas uma discussão atemporal sobre

a) como pode ser perigoso, para o ser humano, tentar coexistir com a natureza.
b) como um grupo de terráqueos, que vai morar em Pandora, é desafiado a estabelecer uma estratégia de harmonia cultural com um povo nativo desconhecido e de pensamentos diferentes.
c) a necessidade de organizar um aparato militar com um comandante que reconheça a força do inimigo.
d) a diferença cultural de cada povo, afinal, não importa em que ano, as culturas e as opiniões sobre estas, sempre estarão lá, e em debate.
e) tentar fazer com que os habitantes de Pandora não vejam os terráqueos como pessoas más.

3) Ao longo do filme, percebe-se várias posturas etnocêntricas.

Assinale a alternativa em que conste, respectivamente, um personagem e uma frase que demonstre o Etnocentrismo.

a) Norm Spellman (biólogo que estuda a natureza de Pandora), “...Eywa é a divindade deles...”
b) Parker Selfridge (administrador da estação em Pandora), “...os macacos verdes...gostam de lama...”
c) Dra. Grace Augustine (diretora do projeto Avatar), “são milicos cabeça de prego”
d) Jake Sully (ex-fuzileiro naval selecionado para o programa Avatar), “...eu preciso aprender a ser um deles”
e) coronel Miles Quaritch, “lá fora...cada criatura...quer matar vocês e comer seus olhos...”

4) Esse filme apresenta entre seus temas principais, a capacidade do ser humano de reflexão e tomada de decisões contrárias ao que antes julgava certo. O diretor Cameron confirmou essa ideia, quando mostra o protagonista morrendo para o nosso mundo e renascendo no Planeta Pandora, o que revela uma remota esperança de que os homens consigam reverter situações de guerras, conflitos e destruição, em uma nova perspectiva de vida onde possam viver em paz e com sabedoria. Podemos afirmar que estes aspectos estão diretamente ligados com

a) as relações humanas e a harmonia para lutarmos todos juntos na conservação do capitalismo
b) as relações humanas e a preservação ambiental
c) as relações humanas e a busca do progresso tecnológico
d) as relações humanas e o cuidado para sempre “confiar desconfiando”
e) conservar as relações humanas, contudo punir os que se rebelam contra o progresso

quinta-feira, 12 de maio de 2016

SÉRIE: Consumismo e Juventude - E.M.

Juventude, Consumismo e o Valor das Relações Familiares
MATÉRIA PARA ELABORAÇÃO DE ATIVIDADE
Observações:
1) TEXTOS - Leitura / Resumo / Conclusão;
2) TABELAS - Texto com a análise-interpretativa / conclusão;
3) VÍDEOS - Assistir / Relatório / Conclusão.

PARTE 1

Propagandas apostam no comportamento impulsivo da juventude [1]

Os números comprovam: os jovens são os maiores freqüentadores de shopping centers no Brasil. E, conseqüentemente, os que mais consomem. Uma pesquisa feita pelo Instituto Iplos Marplan em oito capitais brasileiras, divulgada em 2005, mostra que 37% dos jovens fazem compras nos shoppings, contra 33% da população geral. De acordo com o estudo, pessoas na faixa etária entre 15 e 24 anos apresentam grande necessidade de consumo. Portanto, jovens, pais, educadores: fiquem atentos!

De olho nessa parcela, o mercado oferece uma enorme variedade de produtos, nas lojas e na mídia. Roupas, sapatos, tênis, óculos de sol, Ipods, computadores, celulares e carros são os principais na lista de preferências da juventude. Segundo um outro estudo, realizado pela Universidade de Brasília (UnB), para a sociedade o shopping center é como um espaço privado, criado para solucionar os problemas da cidade. Um “mundo isolado" no qual se foge do sol, chuva, poluição, e pedintes, por exemplo.

Com tantas vantagens é comum que as pessoas passem horas dentro de um shopping; as lojas se tornam um grande atrativo, e mesmo que alguém esteja lá por outro motivo que não seja comprar, muitas vezes acaba levando algo para casa, até mesmo sem necessidade, apenas por seguir um impulso.

Publicidade prioriza a juventude
É comum observarmos nos anúncios publicitários jovens saudáveis e bonitos, sorridentes, sempre se divertindo e mostrando uma vida sem problemas. Os empresários estão de olho na juventude; as campanhas incentivam o imediatismo, a idéia de aproveitar a vida para não se arrepender do que podia ter feito e não fez.

A publicidade aposta no comportamento impulsivo do jovem, que consome de forma desenfreada. A idéia é que assim que assistir ao anúncio a pessoa consuma rapidamente o produto. Sabe-se que nem todo jovem compra, viaja e se diverte sem pensar nas conseqüências. Mas é fato que, quanto mais nova e inexperiente, mais influenciável a esse tipo de conduta é a pessoa.

A produtora executiva Deborah Brasil conta que viveu essa fase consumista até os 20 anos de idade. "Não tenho esse perfil, mas quando fui estudar e trabalhar nos Estados Unidos comecei a ver tantas coisas baratas que comprava mesmo sem necessidade, além de gastar muito dinheiro com viagens também", revela.

Alguns especialistas dizem que os dias atuais colaboram para uma situação como esta. Muitos avaliam que hoje o jovem possui uma idéia de que seu dinheiro é individual. E mesmo aquele que trabalha fora não contribui financeiramente em casa, se sentindo, assim, livre para consumir da maneira que quiser.

Sempre em busca de algo novo

Para o psicólogo Dárcio Miranda, especialista na linha comportamental cognitiva (que baseia-se na teoria de aprendizagem social), existem duas vertentes que levam ao consumismo. "O que vem primeiro é o fator novidade. O jovem, por natureza, já apresenta uma tendência de buscar o que é novo. No Japão, por exemplo, em um período de seis meses, qualquer produto já está obsoleto. Então, o fator do desenvolvimento tecnológico, associado ao aspecto da característica do jovem de querer conhecer o novo, aumenta esta necessidade de comprar", explica.

O psicólogo afirma que o segundo fator é que os pais estão menos integrados na relação familiar. “É quando surge este espaço de carência, que precisa ser compensado. Então, este jovem transfere sua necessidade para o mercado que a mídia oferece. Se sentindo assim mais bem aceito na sociedade”, afirma.


PARTE 2 - VÍDEOS

















PARTE 3

Eles gastam muito
Com um apetite consumista maior que o da média da população, o jovem brasileiro sabe onde quer gastar e ainda influencia as compras da família

   São adolescentes, mas pode chamá-los de maquininhas de consumo. Um estudo realizado com garotas e rapazes de nove países mostra que no Brasil sete em cada dez jovens afirmam gostar de fazer compras. Desse grupo de brasileiros, quatro foram ainda mais longe – disseram ter grande interesse pelo assunto. O resultado da pesquisa, que tomou como base um trabalho da Organização das Nações Unidas (ONU) chamado Is the Future Yours? (O Futuro é seu?), foi significativo: os brasileiros ficaram em primeiríssimo lugar no ranking desse quesito, deixando para trás franceses, japoneses, argentinos, australianos, italianos, indianos, americanos e mexicanos. Ou seja, vai gostar de consumir assim lá no shopping center.

   E não precisa nem mandar, porque a turma vai mesmo. Outra pesquisa, feita pelo Instituto Ipsos-Marplan, constatou que 37% dos jovens fazem compras em shoppings, contra 33% dos adultos. Nem sempre os mais novos adquirem produtos mais caros, mas, proporcionalmente, têm maior afinidade com as vitrines. A lista de vantagens dos adolescentes sobre outros públicos é de tirar o fôlego: eles vão mais vezes ao cinema, viajam com maior freqüência, compram mais tênis, gostam mais de roupas de grife – mais caras que as similares sem marca famosa –, consomem mais produtos diet, têm mais computadores, assistem a mais DVDs e vídeos e, só para terminar, são mais vorazes na hora de abocanhar balas, chicletes e lanches. Não é à toa que a falência antes do fim do mês é maior entre os jovens: invariavelmente atinge quase a metade deles, que estoura a mesada ou o salário.

   O poder dos adolescentes sobre o mercado vai mais longe ainda, mesmo que eles não dêem a mínima para abstrações como "mercado". Costumam, por exemplo, aparecer com mais assiduidade no balcão. Pessoas com menos de 25 anos trocam de aparelho celular uma vez por ano (as mais velhas, a cada dois anos). Em relação às bicicletas, só para citar mais um exemplo, a situação é semelhante. Os adolescentes não são os maiores compradores do setor, mas aposentam uma bike a cada quatro anos. Os mais velhos só mudam de selim de sete em sete anos. Diante de tantas evidências, não causa surpresa que o gasto médio das famílias brasileiras seja maior nas casas em que moram adolescentes de 13 a 17 anos. Nesses domínios, a lista dos cinco produtos mais consumidos traz, em primeiro lugar, o leite longa vida. Depois vêm os refrigerantes. Nos lares com jovens entre 18 e 24 anos, a hierarquia é surpreendente. O refrigerante lidera o ranking, seguido por leite, óleo vegetal, cerveja e café torrado – o que explica o fato de a Coca-Cola ter no Brasil seu terceiro maior mercado em todo o mundo.

   O poder de consumo dos jovens é um filão que anima vários setores da economia. Há em curso uma corrida para conquistar o coração dessa rapaziada (e o bolso dos pais). As grandes marcas desenvolvem estratégias milionárias para tornar esse público fiel desde já. A maior parte do que se produz no mercado publicitário, que movimenta 13 bilhões de reais por ano, tem como alvo a parcela de 28 milhões de brasileiros com idade entre 15 e 22 anos. É esse grupo que fornece boa parte do ideário da propaganda, enchendo os anúncios com mensagens de liberdade e desprendimento. Mostra-se extraordinária também a influência que essa molecada exerce sobre as compras da família. Oito em cada dez aparelhos de som só saem das lojas a partir do aval da ala jovem do lar. A fabricante de eletrodomésticos Arno não faz nada sem pensar nos mais novos, pois, na comum ausência das mamães trabalhadoras, é a garotada quem usa espremedores de fruta, tostadores de pão, sanduicheiras e liquidificadores. "Hoje, vendemos tanto para os filhos como para as donas-de-casa", conta Mauro de Almeida, gerente de comunicação da Arno, que mantém duas escolinhas de gourmet para cativar consumidores desde a pré-adolescência.

   Essa influência é exercida já em tenra idade. Nos dias de hoje, um indivíduo é considerado consumidor aos 6 anos. Nesse momento as crianças começam a ser ouvidas na hora de tirar um produto das prateleiras do supermercado. Para cada dez crianças de até 13 anos, sete pedem itens específicos às mães. O poder jovem também se nota na hora de esvaziar o carrinho no caixa. Um quarto do que é registrado foi pedido pela garotada. "Nós educamos as crianças e os jovens para que tenham autonomia, opinião, poder de decisão. Pois é, eles aprenderam e decidem o que comprar por nós", ironiza Rita Almeida, especialista em tendências e hábitos de consumo de adolescentes da agência de propaganda AlmapBBDO.

PARTE 4 - ENTREVISTA - Revista Veja [2]

O problema não é comprar
A jornalista americana Alissa Quart, autora de um livro sobre hábitos de compra dos adolescentes, fala do consumismo juvenil

Veja – O jovem é um consumista?
Alissa Quart – Todo mundo é consumista, em maior ou menor grau, adultos ou adolescentes. Em 2001, os jovens gastaram 155 bilhões de dólares nos Estados Unidos. Em média, o adolescente americano gasta 60 dólares por semana do próprio dinheiro. Apenas 56% desse valor vem da mesada dos pais. O restante ele ganha sozinho, normalmente trabalhando em empregos de meio período.

Veja – Por que os jovens estão comprando produtos de luxo?
Alissa – Porque nos últimos anos as empresas adotaram a estratégia de direcionar esses produtos para os jovens. Esse avanço foi influenciado pelo estilo de vida dos astros de rap e hip hop, que valorizam esses produtos em sua música e em sua vida pessoal. Marcas caras, como Louis Vuitton, tornaram-se símbolos de cultura popular. O interesse por esses símbolos de status também cresceu bastante entre os adultos e, por conseqüência, entre seus filhos.

Veja – Por que os pais não tentam barrar essa avalanche de consumismo juvenil?
Alissa – Porque o consumismo não é considerado um problema. O que preocupa é se as filhas vão engravidar ou se os filhos vão se viciar em crack. Nesse contexto, consumir é inofensivo. O consumo é visto como uma conquista do adolescente, sua primeira inserção no mundo adulto. Os pais dão mesadas aos filhos como uma preparação para a responsabilidade de ter o próprio dinheiro. Na verdade, o consumismo só se torna realmente perigoso quando assume proporções exageradas.

Veja – Como mostrar a um adolescente que um produto de luxo que ele deseja comprar está fora da realidade?
Alissa – Pais e filhos deveriam tentar um olhar crítico em relação à mídia e à publicidade. Não é fácil, pois o marketing moderno utiliza-se de técnicas sutis para atingir os jovens. É comum nos Estados Unidos "infiltrar" num shopping center adolescentes usando marcas de grife. A idéia é estimular seus amigos a comprar aqueles produtos. Os pais não devem apenas dizer não. Precisam também estar atentos às técnicas para induzir as compras.

PARTE 5 - TABELAS







Fontes:
[1] http://www.elnet.com.br/news_interna.php?materia=4574
[2] http://veja.abril.com.br/especiais/jovens_2003/p_080.html